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O percurso que segui para escrever algumas contribuições sobre esta análise de uma criança autista de dois anos e meio foi norteado pela capacidade da analista, ao escrevê-lo, e eu ao lê-lo, me despertar emoção que me aproximou dos fatos clínicos relatados por ela.
Privilegiei em minhas considerações teóricas Freud, Klein, Bion, Ogden, Grotstein, Tustin, Meltzer e Cesar e Sara Botella, abordando pontos diferentes da pesquisa teórica elaborada pela autora.
O que aconteceu e acontece na experiência emocional da dupla analítica, na análise dessa criança gravemente comprometida, foram a intuição e sensibilidade de ambos “ao se escolherem”, construindo um vínculo que promove fé no desenvolvimento através do contato um com o outro e somente eles sabem verdadeiramente o que acontece.
Eu só posso tecer conjecturas teóricas e clínicas geradas pela minha própria experiência como analista e a emoção que esse relato clínico me desperta. Ele contém a teoria e conceitos psicanalíticos descobertos desde Freud e desenvolvidos por diferentes autores, mas penso que a analista nos trás conceitos encarnados.
Essencialmente o relato clínico da análise de Antonio despertou em mim a esperança no desenvolvimento de um ser humano e a esperança na investigação em psicanálise.