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Para a Psicanálise, desde Freud, a literatura se mostra como fonte de elementos para pensar o ser humano nas suas relações consigo mesmo, com o meio e com o outro.
A ficção, ao narrar e refletir sobre situações concretas ou fantásticas, remete a muitos modelos de estruturação do pensamento. Por exemplo, Kafka, na sua obra “Metamorfose”, ao transformar Gregor Sansa em uma barata, permite que se reflita sobre questões sociais e psicológicas profundas, por meio das possíveis identificações que cada leitor fará com a situação vivida pelo personagem.
A poesia, por sua vez, traz de forma condensada, a possibilidade de infinitas analogias, muitas vezes de maneira imediata, ampliando a capacidade simbólica de quem lê. Quando Drummond afirma “no meio do caminho tinha uma pedra”, o leitor é remetido à ideia de que há um problema, uma dificuldade, e não uma pedra, concretamente falando e, assim, pode ampliar essa analogia para a sua vida pessoal. De maneira geral, um leitor tem a possibilidade de construir elaborações muito mais complexas do que o não-leitor para as questões cotidianas.
Por isso, o GEP Rio Preto e Região indica alguns livros. Começando por “Homens sem mulheres”, do escritor japonês Haruki Murakami, que nasceu em Kyoto, no Japão, em 1949. Destaca-se como um dos autores mais relevantes da literatura japonesa atualmente, é ganhador de diversos prêmios internacionais de literatura e tem sua obra traduzida em 42 idiomas.
O livro indicado - “Homens sem mulheres” - traz sete contos, escritos em uma linguagem simples e direta, o que possibilita uma leitura rápida. O leitor será surpreendido, ora pela temática, ora pelos rumos inesperados que a narrativa toma. De maneira geral, os contos se passam em uma atmosfera onírica, composta por elementos de surrealismo, várias referências aos Beatles, ao jazz e também a outros autores, como Kafka .
O narrador faz algumas análises interessantes do comportamento e das motivações dos personagens e aborda reflexões sobre temas como solidão, traição, ciúmes, paixão, deixando os contos, muitas vezes, inconclusos, estimulando a imaginação do leitor.
Vale a pena a leitura!